por Mauro Queiroz
A decisão de ser um evangélico é uma obra de Deus na vida de cada pessoa (At 16.14). Todos nós fomos chamados por Deus de uma forma inequívoca e especial e “não serão confundidos os que esperam em ti” (Sl 25.3).
A comunidade evangélica em sua maioria faz parte de igrejas sem ensino e pastores despreparados. Líderes que não conhecem ou omitem a história. Uma história vergonhosa que hoje a igreja evangélica erroneamente atribui a igreja catóiica. Esquecendo-se que até os idos de 1500 nós todos éramos católicos. E pela política incorreremos nos mesmos erros.
Sob a liderança de Constantino, imperador romano o cristianismo tornou-se a religião de Roma e ao longo do tempo confundiu-se com o estado. Daí resultaram as mazelas que a igreja cometeu na idade medieval. Mortes, martírios, genocídios marcaram os anos em que a igreja se misturou ao estado.
Lembro que na minha infância quando se preenchia formulários em escolas havia sempre a pergunta: Religião.E nas escolas quem fosse “protestante” (ainda não se falava o termo “evangélico” ou “gospel”) era discriminado. Posso dizer que sofri bullying na infância por ser “crente”. Quase que diaramente ouvia outros garotos em tom jocoso ficarem repetindo: “Vai crente do ?? quente… lava o ?? com água quente.”. É isto que queremos fazer hoje com os outros? É uma revanche que a igreja busca no congresso?
Nosso reino é dos céus e não daqui. Políticos-avangélicos já nem olham mas para o céu dizendo : maranata! Seguim na conttra-mão de Cristo e fazem o reino de Deus aqui mesmo. Misturando o sagrado e o profano; a política e a fé. O verdadeiro crente pensa na ruas de ouro e cristal e vive neste mundo um vida digna que reflete na vida eterna.
É triste ver homens consagrados como Malafaia e Feliciano e tantos que tem sua pregação basicamente focada nas coisas que se pode obter aqui nesta vida. É raro ouvi-los falar em céu, viinda de Jesus, som da trombeta, reino de deus, etc.
A igreja nunca foi e nunca será um reino deste mundo (Jo 18.36). Jesus sempre soube que esta vida é regida por leis morais que não são as de Deus. Portanto, líderes evangélicos que tentam inserir nas leis do país aquilo que nos orienta a bíblia erram profundamente.
A razão disso é que ninguém pode e terá conversão genuína se suas atitudes forem baseadas numa lei e não no desejo de obedecer a palavra de Deus. Tomemos um exemplo: Se uma lei tornasse crime ter relações sexuais fora do casamento. Um cristão que a seguisse, seria fiel ao que diz a palavra de Deus ou a lei? De igual modo ainda que o aborto seja legal no Brasil, o cristão genuíno optará por não fazê-lo. Esta a verdadeira conversão. A despeito de leis ou não, obedecer a palavra de Deus.
Estes líderes se equivocam ao tornar lei aquilo que é de foro íntimo e que torna legítima nossa decisão por Cristo. O que nos faz diferentes é decidir seguir a orientação da palavra de Deus ainda que uma lei aponte ou não em outra direção.
Seremos cristãos somente por força de lei?
Para estes líderes o Reino de Deus é aqui.
Mauro Queiroz