Incidência de infartos aumenta em até 30% no inverno. Não são só as doenças respiratórias que aumentam no inverno. Estudos mostram que o número de infartos chega a crescer 30% na temporada de frio. Esta época do ano é marcada pela mudança no estilo de vida, com redução da prática de atividade física e aumento da ingestão de alimentos hipercalóricos – hábitos traiçoeiros para os que já sofrem de problemas cardíacos.
A baixa temperatura também provoca alterações que podem sobrecarregar o coração. “No inverno, é comum a contração dos vasos sanguíneos, reação do organismo na tentativa de manter-se aquecido”, ressalta Dr. José Roberto Barreto, diretor do Centro de Tratamento Cardiovascular do Hospital Brasília. A reação é natural, mas pode resultar em aumento da pressão arterial e a conseqüente sobrecarga no coração. “A viscosidade do sangue também aumenta, o que torna a circulação mais difícil”, complementa Dr. Barreto.
Outro fenômeno característico do período é a inversão térmica provocada pela queda da temperatura. O resultado é a maior concentração de poluentes no ar. A aspiração do monóxido de carbono, por exemplo, aumenta a incidência de infecções respiratórias como asma, bronquite e rinite alérgica. “As inflamações resultantes desses quadros infecciosos contribuem para o entupimento das artérias, são um prato cheio para um infarto”, ressalta o cardiologista.
Indivíduos com histórico de doenças cardiovasculares e idosos fazem parte do grupo de risco e precisam de atenção redobrada. Cobrir nariz e boca, por exemplo, pode reduzir a aspiração de poluentes. Outra dica é não suspender a atividade física por conta do frio. Exercícios aeróbicos, como caminhadas, aquecem o corpo e contribuem para a dilatação das artérias. E para pessoas com idade mais avançada o conselho é não deixar de tomar a vacina contra a gripe. “Ela pode, indiretamente, inibir os riscos de infarto”, afirma o médico.
Carla Furtado/AthenaPress