Um estudo realizado na Wake Forest Baptist Medical Center na Carolina do Norte nos Estados Unidos por Nancy Avis, professora de ciências sociais e políticas de saúde principal e autora do estudo, alerta que os médicos devem orientar as mulheres que os sintomas vasomotores, tais como as ondas de calor que iniciam de repente, mesmo estando em um ambiente com ar condicionado; o suor frio que ocorre logo em seguida as ondas de calor e as mudanças bruscas de humor podem durar mais tempo do que os médicos tinham sido levados a acreditar.
■ As mulheres durante a menopausa podem sofrer com estes sintomas por até 14 anos, alertam os pesquisadores.
■ Eles descobriram que metade das mulheres tiveram este desconforto angustiante muitas vezes por mais de 7,4 anos em média.
Especialistas dos EUA dizem que são necessários maiores esforços para encontrar novas formas de ajudar as mulheres na menopausa já que o HRT – Hormone replacement therapy ou TRH – Terapia de reposição hormonal é atualmente recomendada para o máximo de até 5 anos.
“A média da duração de 7,4 anos dos sintomas destaca as limitações da Reposição Hormonal atual é de curto prazo e precisamos identificar terapias seguras de longo prazo para o tratamento dos sintomas vasomotores da menopausa”, diz Nancy Avis.
■ O estudo foi realizado com 1.449 mulheres com ondas de calor frequentes ou suores noturnos e é o maior estudo do gênero e incluiu quatro grupos étnicos.
■ Metade das mulheres foram afetadas por um tempo médio, mas a metade teve os sintomas por mais tempo do que a média e algumas por pelo menos 14 anos, disseram pesquisadores na JAMA Internal Medicine.
■ No geral, as mulheres afro-americanos e hispânicos experimentaram as ondas de calor significativamente por períodos mais longos do que as mulheres brancas ou asiáticas.
As mulheres que tiveram os sintomas antes de pararem de menstruar, foram mais propensas a continuar com os sintomas por anos após a menopausa, mais tempo do que para as mulheres cujos sintomas só comecaram quando os seus períodos (menstrução) haviam parado.
O estudo revelou que uma em cada oito mulheres começaram a ter o “calorão” ou sintomas enquanto continuavam a ter períodos regulares de menstrução. Para 2/3 das mulheres, os sintomas começaram na perimenopausa, que é o período de tempo antes dos sintomas da menopausa, ou quando os períodos se tornam mais escassos.
As mulheres que começaram a sentir sintomas quando ainda estavam menstruando regularmente – ou na perimenopausa – os sintomas duraram em média 11,8 anos. Cerca de nove desses anos ocorreram após a menopausa, quase três vezes a média de 3,4 anos para as mulheres cujos sintomas não comecaram até seus períodos terem parado.
Nancy Avis afirma que “se uma mulher começar os sintomas mais tarde a duração total será mais curta, e é mais curta a partir do último período em diante.”
O estudo também descobriu que as mulheres com sintomas mais duradouros tendem a serem menos educadas, maior nível de estresse, e mais depressão e ansiedade.
O calorão ou fogacho (conhecidas como flashes nos EUA) são causadas pela dilatação dos vasos sanguíneos e aumento do fluxo de sangue para a cabeça e pescoço, causando vermelhidão da pele e sudorese (suor).
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Suores noturnos são sintomas que ocorrem na hora de dormir, interrompendo o sono e causando fadiga e estresse. Estudos descobriram que as mulheres com sintomas de rubor também enfrentam um maior risco de problemas cardiovasculares e perda óssea (Osteoporose).
O estudo composto por mulheres de diferentes grupos étnicos que vivem na América, incluindo afro-americanos, descendentes de japoneses e chineses e latino-americano, bem como as mulheres brancas e as razões para a variação no comprimento da menopausa entre os grupos não foram claros, disseram os pesquisadores.
Mauro Queiroz
Editor de Saúde
UNOPress