Nefrologista do Hospital Bandeirantes alerta que há 75 mil doentes renais no Brasil. As funções dos rins são filtrar o sangue para eliminar as substâncias nocivas ao organismo por meio da urina; regular os níveis de água e minerais do indivíduo e produzir determinados hormônios para o bom funcionamento do corpo. Quando o órgão não está bem, a pessoa desenvolve a insuficiência renal, que pode ser amenizada com a hemodiálise. Porém, quando a doença é crônica, o transplante de rim é uma das modalidades de tratamento e a que fornece maior qualidade de vida para o paciente.
No Brasil, há 75 mil* doentes renais crônicos que estão em tratamento de diálise. E o que é mais preocupante é que apenas três mil* pessoas por ano conseguem se submeter ao transplante.
Em março, mês que se comemora o dia mundial do rim, ocorre pelo mundo, uma série de ações para conscientizar as pessoas sobre os cuidados diários que devem ter para evitar que o órgão adoeça.
“Infelizmente, esse número de doentes renais crônicos deve aumentar. É que a diabetes, uma das causas mais freqüentes da insuficiência renal crônica, vem crescendo no mundo todo”, afirma Dr. Paulo Luconi, nefrologista, coordenador do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal e do Instituto de Urologia e Nefrologia do Hospital Bandeirantes (HB).
Segundo Dr. Luconi, os sintomas não são perceptíveis nos primeiros estágios da doença. Ou seja, a perda da capacidade e da função renal ocorre sem que o indivíduo saiba e o pior que é irreversível. “Por isso, a importância que manter uma qualidade de vida e tomar muita água”, alerta do médico.
Os sintomas da doença são: falta de apetite, palidez, náuseas e vômitos, inchaço ao redor dos olhos e pernas, emagrecimento, urinar excessivamente ao dia, dores lombares, presença de sangue na urina ou mudança em sua coloração, sono, fraqueza, ardor ou dificuldade para fazer xixi.
“Só quando há 50% da perda do funcionamento dos rins é que e a doença começa a ficar evidente. Pedir exame ao médico, logo que perceber três dos sintomas é essencial para um diagnóstico precoce”, ressalta o nefrologista.
Um dos problemas comuns que pode levar à doença renal é a anemia. Quando o rim não funciona bem, ocorre a diminuição da vitamina D e o aparecimento da anemia, por tanto, é uma preocupação.
“A perda constante da vitamina pode transformar uma simples anemia na tipo renal e prejudicar o rim”.
Referência nos atendimentos de alta complexidade, o HB realiza em média 50 transplantes renais por ano. “Com o início do procedimento no fim do ano passado, o Hospital Regional do Vale do Paraíba, de Taubaté, administrado pelo Grupo Saúde Bandeirantes (GSB), o plano é chegar a 100 transplantes por ano”, diz Luconi.
O Hospital Bandeirantes realiza transplante renal desde 2000, sendo 30% custeados por convênios médicos e 70% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Além da diabetes, a hipertensão é a outra grande causa da insuficiência renal. “Os dois males devem ser controlados para evitar que o rim adoeça”, comenta Dr. Luconi.
Segundo o médico, a insuficiência renal crônica começa, em média, aos 30 anos, independentemente do sexo. O diagnóstico é difícil e quando a doença se manifesta, o órgão está debilitado e necessita de hemodiálise pelo menos três vezes por semana.
“A prevenção é sempre a melhor forma para evitar o problema. Boa alimentação é essencial, pois a diabetes e a hipertensão arterial ficam controladas. Exercícios físicos e exames regulares completam a receita para retardar um transplante renal”, afirma José Carlos Costa Batista, cirurgião responsável pelo procedimento no HB.
– Instituto de Urologia e Nefrologia
Fundado há quatro anos, o Instituto de Urologia e Nefrologia do Hospital Bandeirantes realiza mais de 2.100 hemodiálises por mês.
Localizado no bairro da Aclimação, zona sul de São Paulo, o Instituto faz diagnósticos e tratamentos de doenças das vias urinárias, além de acompanhar pacientes pré e pós-transplantes renais.
O Instituto conta com 38 máquinas de hemodiálise, sendo seis para pacientes conveniados e 32 para os do Sistema Único de Saúde (SUS). “Noventa por cento dos atendimentos são feitos pelo governo e 10% por assistência médica”, finaliza o coordenador do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal e do Instituto de Urologia e Nefrologia do HB, Dr. Paulo Luconi.
Curiosidades Médicas
– 10% é o crescimento de doentes crônicos renais em todo mundo;
– 25% dos pacientes em hemodiálise são portadores de diabetes;
– Em diabéticos ou hipertensos a insuficiência renal crônica demora de 15 a 20 anos para se manifestar;
– Em média, 25% dos portadores da diabetes tipo 1 desenvolveram doença renal crônica. Já para portadores do tipo 2 da doença, o percentual é de 10% **.
– 1/3 da população com diabetes desenvolve insuficiência renal crônica (60 milhões de pessoas em todo o mundo)**;
– Hemodiálise custa, aproximadamente, R$ 105 mil por ano ao paciente**;
– Um transplante tem ônus de R$ 45 mil no primeiro ano e R$ 18 mil nos subseqüentes**.
SOBRE O HOSPITAL BANDEIRANTES
Localizado no bairro da Liberdade, região central da capital paulista, o Hospital Bandeirantes tem 34 anos de existência e é referência em atendimentos de alta complexidade, com know-how nas áreas de atenção cardiovascular, fraturas de crânio, coluna e ossos, urologia e nefrologia, oncologia e cirurgias especializadas.
No segundo semestre de 2009, será inaugurada uma nova ala do Hospital Bandeirantes, que passará a ter mais de 30 mil metros quadrados, com Centro de Oncologia, ressonância magnética e medicina nuclear e mais 120 leitos, totalizando 300, sendo 80 de UTI. O investimento para a ampliação é de R$ 45 milhões
O Hospital Bandeirantes detém a certificação ONA 3 – Excelência da Organização Nacional de Acreditação (ONA). Esse selo de qualidade garante a segurança e a melhoria contínua dos serviços prestados, que seguem padrões nacionalmente reconhecidos.
Apenas 32 hospitais brasileiros possuem o ONA 3, sendo 10 na capital paulista e, entre eles, o Hospital Bandeirantes.
*Dados do Ministério da Saúde – www.saude.gov.br
** Dados da Associação Nacional da Assistência ao Diabético (ANAD) – www.anad.org.br