
Por que as pessoas não se limitam a cuidar de suas próprias vidas, o que já é bem difícil e toma muito tempo, ao invés de ficar falando, se preocupando, ou melhor, fazendo de conta que se preocupam com a dos outros?
Porque na verdade não é real a preocupação, é só uma forma de criticar, de lamentar, ou de se achar melhor do que outros em certas situações.
Na verdade, os problemas são seus, as questões são suas, são aspectos de sua vida que estão mal resolvidos que você projeta nos outros, e como você não sabe lidar com isso, tenta se aliviar, falando dos problemas de outras pessoas, ou inventando coisas sobre elas.
Não seria mais fácil procurar se resolver ao invés de comentar sobre o próximo? Esse deveria ser o objetivo de todos, melhorar como pessoa. Mas para isso acontecer, primeiro é preciso dar-se conta disso.
Será que a Vida alheia é tão mais interessante, que merece mais atenção do que a sua própria?
Não valeria muito mais a pena você investir sua energia, seu tempo, para construir algo real em sua vida? Tirar a cortina que faz frente a seus sentimentos mais obscuros? Ter a coragem de abrir a caixa que está trancafiada lá no fundo e ver o que tem dentro? Que você acha que esqueceu, pois está guardada, tão escondida, que nem se dá conta que ela ainda existe?
Certamente ela ainda está lá, ela não desaparece sozinha. Mas ela só vem à tona quando algo externo (que aconteceu com outra pessoa) nos faz lembrar dela, nos incomoda inconscientemente, e nesse momento, passamos a projetar. E aí que começa o falatório, o julgamento, as opiniões sobre a vida alheia.
Se cada um fizesse sua parte, analisando seus reais sentimentos em determinadas situações que o levariam a julgar, e tendo mais compaixão pelas pessoas que estão em tal situação, posso afirmar que o mundo seria bem melhor e as pessoas seriam verdadeiras, pois não teriam tanto medo dos julgamentos alheios.
Seríamos mais livres antes de qualquer coisa! E menos condenados.
O pré-julgamento só considera um lado da situação, não analisa o conjunto de fatores que leva ao fato, mesmo porque, estando fora, nunca saberemos os motivos reais e nem nos cabe julgar. Não sabemos o que se passa no coração de outras pessoas, o que elas estão sentindo, o quanto sofrem. Não costumamos nos colocar no lugar das pessoas, pois assim saberíamos o quanto ruim é ser julgado. Quando pensar em julgar alguém, lembre-se: você gostaria de ser julgado por seus próprios critérios? Pois ninguém sabe o dia de amanhã. A memória é curta, mas a vida é sábia. Um dia você pode estar do outro lado, e pessoas tão cheias de razão podem fazer o mesmo com você.
Nunca se sabe porque um evento ocorre! A vida é muito maior do que nossa estreita visão nos permite enxergar. Não existe o tal “certo e errado” (mas isso é uma outra discussão que não vem ao caso agora).
Mas permitam-me dizer que: A vida ensina aos julgadores! Eles terão sua lição cedo ou tarde. E podem ou não aprender com isso. Mas certamente, as atitudes que as pessoas mais julgam, serão trazidas para sua vida, como aprendizado.
Alessandra Dietrich
Atualmente, tem se dedicado ao Estudo do Comportamento Humano e à escrita sobre o tema.